Entrevista - Braskem-Quattor melhorará a competitividade do setor plástico

Braskem-Quattor nasce como a maior empresa petroquímica da América Latina. Seu capital está assim dividido: 51%, Braskem; 49%, Petrobrás. Numa nota assinada pelo Sinplast, mas tambem Simplas e Simplavi, todos sindicatos ligados à indústria de terceira geração (transformação de plástico), o desaparecimento das Quattor é lamentado e uma grande preocupação é levantada. Na entrevista concedida ao editor, o Sinplast foi bem mais moderado do que na nota, mas o fato é que a compra da Quattor por inspiração da Petrobrás, estabelece um monopólio odioso no setor e se espera que o Cade trate de examinar mais esta prática não-competitiva.

ENTREVISTA
Nova Braskem-Quattor melhorará a competitividade do setor plástico
Alfredo Schmitt, presidente do Sinplast e da Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis

A compra da Quattor por parte da Braskem, estabelecendo monopólio, vai prejudicar a indústria plástica brasileira, que ficará nas mãos de um só grupo ?
Acho o contrário, porque ocorrerão ganhos de escala e estes serão divididos ao longo da cadeia produtiva, propiciando condições mais competitivas para todos.
Não há risco de perdas para as indústrias de terceira geração (plásticos) ?
O principal ativo para os produtores dos Pólos (centrais de matérias-primas e indústrias de segunda geração, tipo fabricantes de polietileno ou polipropileno) são os industriais da terceira geração, seus clientes.
Esta posição é de toda a indústria ?
Com certeza. Hoje (sexta) estive em São Paulo com os colegas e percebi a mesma coisa. Nós mantemos 350 mil empregos e os Pólos mal somam 5 mil empregos. O nosso setor é muito importante e gerador de milhares de empregos.
O novo grupo não imporá preços extorsivos ?
De setembro para cá, desde que se conheceram as primeiras notícias sobre a compra, os preços de resinas como polipropileno e polietileno, por exemplo, subiram 20% no mercado externo e caíram 6% no mercado interno.