CLIPPING
CDI, São Paulo
Mercado & Consumo
16/11/2009
Shoppings investem de olho nas classes C e D
Administradores de shopping centers estão de olho no aumento do poder de consumo das classes emergentes e já começam a lançar empreendimentos desenvolvidos especialmente para atender a esse público, que movimenta R$ 760 bilhões por ano, segundo números do instituto Data Popular. A ideia é investir em malls próximos a locais de grande circulação de pessoas e bairros em que os centros de compras ainda não chegaram.Segundo Luiz Fernando Pinto Veiga, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o interesse dos empresários em construir centros de compras em bairros cujo público tem menor poder aquisitivo deve-se ao aumento do contingente de pessoas que ingressaram na classe C (20 bilhões de pessoas, nos últimos 4 anos). "O empreendedor de shopping procura locais onde há carência de centros de compras e lazer. E essa classe está querendo comprar em shopping, por isso a classe C tornou-se economicamente mais interessante para o comércio."De acordo com Marcos Romiti, CEO da Rep Empreendimentos, que também é dona do Shopping Center 3, o shopping popular é um conceito de centro de compras pensado segundo as necessidades dos consumidores das classes sociais mais baixas. "É preciso entender que um shopping para a classe C e D+ não é uma galeria, é um espaço para abrigar lojistas que antes achavam caro montar uma loja em shopping." No próximo ano a empresa pretende inaugurar o Shopping Mais, no Largo Treze de Maio, um dos maiores pontos de fluxo de pessoas da zona sul de São Paulo, com circulação de 1,5 milhão de pessoas por dia. O empreendimento contará com 400 lojas, inclusive grandes nomes do varejo, como: Magazine Luiza, O Boticário, Drogaria São Paulo, McDonald's, Casa do Pão de Queijo e Giraffas. "Nossa expectativa é de que o estabelecimento movimente entre 20 e 30 milhões no primeiro ano", conta Romiti. "Estamos colocando lojas grandes e em um mesmo shopping pomos também lojas menores, de 8 a 12 metros quadrados, o que possibilita ao pequeno varejista entrar em um shopping sem ter todos os custos de uma loja maior, com todas as despesas de investimentos que são necessárias para isso."O exemplo para o empreendimento paulista vem do sul, onde o Shopping Total recebe 900 mil pessoas por mês. Inaugurado em 2003 na capital gaúcha, o empreendimento é, hoje, considerado sucesso na área de shoppings populares. "Chegamos à conclusão de que construir um centro de compras como os outros seria apenas repetir a fórmula consagrada. Resolvemos criar um modelo para abrigar lojistas de rua em uma localização de fluxo intenso." O diferencial do mall é oferecer aos visitantes um mix variado de lojas populares que inclui grandes nomes do varejo popular, praça de alimentação e entretenimento, e é perto de locais de grande circulação de pessoas. "Evitamos o modelo comum, porque hoje, em função do câmbio, a classe AB compra fora do País."
Para comprar em um shopping, os moradores de Diadema (SP) eram obrigados a ir a cidades vizinhas como São Bernardo, São Caetano e São Paulo, mas, em maio, com a inauguração do Shopping Praça da Moça, houve uma inversão na migração de consumidores. Há apenas seis meses em funcionamento, o empreendimento atrai a atenção dos moradores das cidades vizinhas, conta Wilson Pelizado, gerente geral do centro de compras. "Resolvemos abrir o shopping na região por causa da carência de áreas deste tipo na cidade", que receberá as primeiras salas de cinema em fevereiro do próximo ano. Em média, o shopping já recebe 35 mil pessoas por dia. Estão em construção no empreendimento sete salas com capacidade para 1.800 pessoas que serão administradas pela Playarte.
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