Conheça o verdadeiro poder do anunciante sobre a opinião na mídia

O leitor Pedro Borges reproduziu o seguinte trecho de uma análise feita pelo advogado Adão Paiani, ex-ouvidor da secretaria de Segurança Pública do RS:

- Sempre tive muito clara a existência de uma relação absolutamente promíscua entre a grande mídia, e também individualmente entre determinados jornalistas e comunicadores, e os mandachuvas do momento.... Não vamos nos esquecer que mídia é business. O que o Governo YRC tem despejado de dinheiro na mídia guasca é algo que duvido tenha precedentes desse porte. Falar em imprensa livre num contexto desses é conversa mole pra boi dormir.

. No texto não existe qualquer referência às verbas despejadas na mídia pelo governo Lula e nem através das grandes corporações empresariais ou pelo Cpers.

. Este tipo de conversa é típico de cabeças atrasadas, autoritárias e cretinas, capazes de produzir críticas oblíquas do gênero. Seus objetivos diretos são:

1) acabar com toda forma de liberdade empreendedora, o que será possível pela supressão da economia de mercado e pela emergência da economia totalmente estatizada.

2) liquidar com o estado democrático de direito, o que significa acabar com qualquer tipo de liberdade individual e coletiva, submetendo-a ao controle do Partido e do aparato do Estado.

. Esta semana, na terça-feira, diante do juiz da 9ª. Vara Cível, provocado pelo editor, o ex-editor do ex-blog Nova Corja, uma conhecida latrina pública de insultos contra a mídia e os jornalistas, disse o estudante Valter Valdevino:

“Toda forma de mídia conhecida no capitalismo só faz o que querem os anunciantes. É típico do capitalismo”.

. O sr. Valdevino é dessas cabecinhas feitas pelo ressentimento comunista, que ainda não perceberam que o mundo repeliu o sistema comunista – e que além disto nunca aprenderam nada e nem esqueceram nada. Ele não soube o que responder na sua cadeira de réu, quando o editor perguntou-lhe:

“Como faria um jornal como Zero Hora, por exemplo, para administrar as pressões dos seus anunciantes, submetendo suas notícias aos interesses deles, uma vez que possui 52 mil anunciantes por semana ?”.

. A mídia é também um negócio, um business, como diz Adão Paiani, mas é um produto especialíssimo nas mãos da sociedade civil, porque sua função social (e também de mercado) é estimular os avanços, o contraditório e o controle social sobre os discursos e as ações dos agentes públicos e privados que constituem a cena da convivência humana civilizada. É a independência econômica (não o controle estatal) quem garante isto. O leitor, quando percebe que a mídia não joga a seu favor, deixa de consumir o produto e muda de fornecedor. É bem diferente do regime comunista, onde a mídia nunca joga a favor do leitor e nem lhe permite mudar de fornecedor.

2 comentários:

  1. Políbio,

    Acho desnecessário e até deveria ser proibida a propaganda feita por governos (federal, estadual e municipal), bem como empresas públicas em geral.
    Sei, isso é UTOPIA.
    Serve sòmento para faturar o TOCO.
    Contudo, tenho um "amigo" de praia, que é proprietário de uma bem montada e prestigiosa agencia de publicidade.
    No início do governo Yeda, em fevereiro, ele estava FURIBUNDO, pois as parcelas de publicidade do governo estadual tinham-se estiolado.
    Até agora, não de ter melhorado muito.
    Por isso, acho que a propaganda da Yeda não é tão volumosa assim.

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  2. Teoricamente, você está certo quanto à independência econômica da mídia, porém, o que se observa na prática é o controle da grande mídia pelos governos, particularmente o federal, por meio do enorme vulto dos recursos sob a rubrica de "comunicação social". Basta ver o volume de gastos sob este título, de empresas como Correios, Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outras empresas que simplesmente não precisam anunciar pois seus serviços são por demais conhecidos pela população, sem falar que praticamente não sofrem concorrência. Quanto aos pequenos anunciantes, pouco lhes interessa "influir politicamente". Só querem mostrar seus produtos.

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