Saiba o que há por trás das gravações orquestradas pelos lobistas Lair e Marcelo

O sigilo que os seis procuradores do MPF mantiveram na trapalhada entrevista que concederam quinta-feira aos jornalistas gaúchos era totalmente desnecessário e visou criar impacto midiático, porque a juiza Simone Barbisan, de Santa Maria, já abriu todos os autos para os advogados das partes, para o presidente da Assembléia e até mesmo para RBS e Record. O jornal Zero Hora divulgou na sua edição deste sábado os áudios que já conseguiu, exatamente o mesmo que inspirou a reportagem que publicou há cravados 30 dias.

- As conversações de botequim entre Lair e Marcelo são iguais a de dois escroques que resolvem se reunir para falar mal dos outros com o objetivo de chantageá-los. O esquema funciona mais ou menos assim:

- Vamos gravar uma conversa denunciando todo mundo, entregamos para o jornal e o Ministério Público e com o aval de ambos a gente transforma nossas parlapatices em verdade absoluta. Eles que se defendam do que inventamos.

. No caso do ex-chefe da Casa Civil de FHC, Eduardo Jorge, Foi desta forma que os procuradores Luiz Francisco e Guilherme Shelb, ambos do Ministério Público Federal (Luiz Francisco foi filiado ao PT até abril de 1998)ambos ex-agentes do PT agiram várias vezes seguidas, obrigando-o a renunciar. Muitos anos mais tarde, Eduardo Jorge, que até hoje não se recuperou das calúnias, denunciou os dois procuradores ao Conselho Superior do MPF, que apurou tudo e puniu Luiz Francisco e Scheid. A técnica era passar dados para algum político amigo do PT (o então deputado José Dirceu era o interlocutor preferido da trama), este reverberava o caso na tribuna e com isto a mídia divulgava o que ouvia, gerando inquéritos no MPF contra Eduardo Jorge. Os dois procuradores repetiram a manobra com 15 ministros de FHC. E na época a PF não abastecia o MPF.

ENTENDA melhor o caso, lendo a denúncia que faz Eduardo Jorge sobre as acusações do MPF:http://www.eduardojorge.com.br/

SAIBA como foi punido o procurador Luiz Francisco por perseguir Eduardo Jorge:http://veja.abril.com.br/300507/p_063.shtml

. O que ocorre no RS há dois anos é a reprodução dessa velha técnica conhecida.

. Em Brasília, o advogado de Yeda, Eduardo Alckmin, confirmou no início da noite que poderá agir imediatamente em duas frentes:

1) Representará contra os procuradores do MPF que atacaram Yeda.

2) Pedirá o desaforamento da ação civil pública promovida pelo MPF, que irá para o STF, já que os procuradores 1) bateram na porta errada. 2) ajuizaram ação indevida.

. O inteiro conhecimento dos autos do processo movido pelo MPF poderá espargir luzes sobre o cerco político e jurídico que a oposição move há dois anos contra o governo Yeda. A governadora tem insistido que nada deve e que nunca apresentaram qualquer tipo de prova material contra ela. O material mais explosivo que já é de conhecimento público é uma gravação preparada com cuidado por dois lobistas, sócios em negócios pouco conhecidos, Lair Ferst e Marcelo Cavalcante, no qual a dupla narra um para o outro o que teriam visto e ouvido durante a campanha do PSDB do RS e no decorrer dos primeiros meses de governo. Lair e Marcelo nunca apresentaram qualquer prova do que falaram. Várias das falas encenadas pelos lobistas já foram desmentidas.