O trem bala de Dilma é igual ao trem bala de Azeredo

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Folha de S. Paulo
Sábado, 6 de junho

FERNANDO RODRIGUES

O Fura-Fila de Dilma

BRASÍLIA - Enganado por FHC na aprovação da emenda da reeleição, Paulo Maluf ficou sem opções em 1996. Queria mais um mandato de prefeito em São Paulo, mas o tucanato cronometrou o casuísmo para 1998, quando só serviria ao presidente e a governadores.Maluf então inventou Celso Pitta para sucedê-lo. Era um de seus secretários mais vistosos. Negro, não era político e foi vendido como honesto e bom administrador -esse último suposto predicado acabou desmoronando na prática.Pitta saiu quase do zero nas pesquisas. Na campanha, exibia dois ativos. O prestígio de seu chefe, Paulo Maluf, e à época sofisticada propaganda eletrônica maquinada por Duda Mendonça. Uma imagem computadorizada fazia deslizar sobre trilhos suspensos, em São Paulo, o Fura-Fila. O simpático trenzinho acabaria com a agonia dos paulistanos. Nunca deu certo, mas o malufismo elegeu um sucessor.Nesta semana, Dilma Rousseff fez uma apresentação sobre o PAC, as obras de infraestrutura do governo Lula. Uma delas é o trem-bala entre São Paulo e Rio. A ministra, pré-candidata a presidente, mostrou um filminho com uma linha percorrendo o trecho entre as duas maiores capitais do país.A apresentação de Dilma foi tão virtual como a de Pitta, em 1996.Não por coincidência, o publicitário inoculando ideias e estratégias no projeto Dilma-2010 é João Santana, que por alguns anos trabalhou com Duda Mendonça.O trem-bala lulista sai de São Paulo, passa por Campinas e chega ao Rio atravessando montanhas, voando sobre penhascos e cortando ao meio bairros inteiros nas periferias das cidades. A promessa é colocá-lo em circulação até 2014, ano de Copa do Mundo. Como furar todos esses caminhos para o trem-bala passar? Não importa. Até porque, é sabido, a história se repete muitas vezes como farsa.
frodriguesbsb@uol.com.br

2 comentários:

  1. Melhor dizendo, dito projeto seria composto por dois trechos básicos: o de Campinas à cidade de São Paulo, e o dessa cidade à do Rio de Janeiro. Arno Edgar Kaplan

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  2. Aonde entra o Azeredo na estória?

    Políbio, vc. acolhe um negócio destes?

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