Yeda, Olívio, Fogaça, Brizola e o ovo da serpetente

A afronta promovida pelo governo Yeda Crusius contra o prefeito José Fogaça só é comparável ao também inamistoso gesto praticado pelo governo Olívio Dutra contra o ex-governador Leonel Brizola.

. Estas afrontas pessoais são incomuns na política gaúcha, onde até inimigos de armas costumavam agir com enorme cavalheirismo (as exceções foram a Revolução Federalista de 1893 e os sangrentos primeiros dias da república, sob o comando do açougueiro Júlio de Castilhos).

. Ao vetar a participação da mulher de José Fogaça no show de abertura do jogo da seleção brasileira no Beira Rio, o governo Yeda Crusius nivelou-se ao que de pior ainda existe na política do RS. A agravante é que o gesto inamistoso foi desfechado contra um aliado político (José Fogaça até será candidato contra Yeda, mas no momento ele mesmo e seu Partido apóiam claramente o governo tucano do RS). Isto quer dizer que se nivelou aos níveis rasteiros de convivência política que estabeleceu o sr. Olívio Dutra no seu curto período no Piratini.

. No ano de 2000, o ex-governador Olívio Dutra também resolveu afrontar seu adversário, trazendo para junto de si José Vicente Brizola, que nomeou diretor da Loteria Estadual. José Vicente tinha acabado de brigar com o pai, denunciando-o para a revista Veja (José Vicente disse a Veja que Brizola quadruplicou o patrimônio, elevando-o ilicitamente para R$ 10,7 milhões). O ex-governador rompeu com o filho, tratou-o publicamente como bêbado e nunca perdoou Olívio e o PT pela afronta. Olívio Dutra e o PT pagaram caro por isto. Em seguida perderam as eleições para o governo estadual e para a prefeitura de Porto Alegre. Olívio sequer conseguiu se candidatar.

. Olívio com Brizola e Yeda com Fogaça, apenas chocaram o ovo da serpente.