Aborto, religião e terrorismo: as contradições de Dilma Roussef

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Reinaldo Azevedo
www.veja.com.br
Sábado, 28 de março


DILMA, ABORTO, CHOQUE ELÉTRICO,
AVIÃO QUE BALANÇA E CARTILHA QUE MATA

A ministra Dilma Rousseff, que é, no momento ao menos, a futura candidata do PT à Presidência da República, concedeu entrevista à revista Marie Claire. Como informa o Globo Online, ela defende a descriminação do aborto, diz-se distante da Igreja Católica e, parece, só reza quando há turbulência no avião. Entendo...Dilma também conta os horrores que teria sofrido na prisão: “Tomei choques em várias partes do corpo, inclusive nos bicos dos seios. Tive até hemorragia. Depois de apanhar, era jogada nua em um banheiro, suja de urina e fezes”.O texto não informa, mas creio que ela não conta que pertencia a um grupo que seguia uma cartilha que defendia ações terroristas e a eliminação física dos adversários. Também não deve ter falado que inocentes morreram em ações de seu grupo. Inocentes mesmo, gente sem qualquer vinculação com a luta política.Antes que infiram que penso o contrário, é claro que nada disso justifica aquele horror que ela diz ter sofrido. A questão é outra: se é para reavivar e reviver os episódios da ditadura, que a coisa não sirva apenas a um propósito eleitoral, não é? À exposição do martírio com fins eleitoreiros. Que Dilma, então, repudie a violência dos seus algozes, mas também a paixão homicida do grupo a que servia. PAIXÃO HOMICIDA, REITERO, REVELADA NUMA CARTILHA. E eu nunca a vi fazer isso. Ao contrário: ela já disse ter orgulho do passado. Como é que alguém pode sentir orgulho daquilo? Ela nem mesmo pode dizer que era o idealismo de quem queria a democracia. Ela não queria. Queria ditadura.Quanto ao aborto e à reza utilitária, só quando balança o avião, dizer o quê? A segunda parte, certamente o Altíssimo compreende e perdoa... Já deve ter lidado com oportunismos mais vulgares.

Nota do editor - O editor conviveu com a ministra nas administrações de Porto Alegre e do RS, como também no PDT. Roussef nem de longe pensa do modo como pensava durante o período em que militou no grupo do delinquente político Carlos Lamarca, época em que participou de ações armadas para derrubar a ditadura militar e implantar no seu lugar uma ditadura comunista. Dilma e seus companheiros da época não lutaram para derrubar a ditadura militar e restabelecer a democracia, mas lutaram para substituí-la por outra ditadura. Foi com este objetivo que ela participou de ações escabrosas, como o roubo do cofre do ex-governador Ademar de Barros. A ministra faria melhor se demonstrasse menos orgulho -pelo seu passado como militante da VAR Palmares e mais orgulho pelos compromissos atuais com o estado democrático de direito, pelos quais tem demonstrado respeito. O editor defende o aborto, sempre que a decisão couber exclusivamente à mulher, como também não reza em religião nenhuma, como Dilma Roussef, mas não usa as palavras para esconder que não tem religião, o que faz a ministra por oportunismo político.
Nas eleições, o passado que não é renegado e o presente polêmico, serão cobrados. O coquetel político disto resultante, torna nati-morta a candidatura presidencial do PT.

Um comentário:

  1. "...TORNA NATIMORTA A CANDIDATURA..."

    Só se a oposição trabalhar para esclarecer desde já que tipo de gente ELA é.Caso contrario quando quiser fazê-lo, será tarde demais.

    ATENTO,ATENTO!

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