“Este ano não haverá desemprego na indústria gaúcha da construção civil”, foi o que disse ao editor, com todas as letras, o presidente do Sinduscon, Carlos Aita, numa conversa de uma hora no Varietá Bistrô do shopping Praia de Belas, em Porto Alegre. O editor convidou Aita para um almoço à base de truta e lascas de amêndoa.
. De onde vem esta convicção do presidente do Sinduscon ? É ele quem explica:
- Os lançamentos feitos no ano passado, garantem uma carteira de construções que manterá o atual nível de empregos durante todo o ano. O setor vinha crescendo até 23% ao ano desde 2006 e até setembro, quando todo mundo tirou o pé do acelerador. Este ano, voltaremos aos níveis de antes, que oscilava entre 5% a 10% ao ano.
. O problema do Sinduscon é saber como é que acontecerão as coisas em 2009 e 2010. Isto dependerá dos lançamentos que ocorrerão durante deste ano. E eles estão praticamente paralisados no RS.
. Algo está sendo feito para minimizar e melhorar o ambiente de negócios para a indústria da construção civil ? Carlos Aita avisou que o governo Lula está fazendo o que pode e o que não pode, porque sabe que a indústria emprega rapidamente mão de obra para valer e puxa a economia. No acumulado de 12 meses, até outubro, o Sinduscon constatou um PIB 9,2% maior (10 mil novos empregos) para o setor da construção civil, enquanto o PIB médio total ia a 6,3%.
. A banca pode ajudar muito, sobretudo a banca pública. Carlos Aita exemplifica com o caso da Caixa Econômica Federal, responsável por 60% de todos os financiamentos habitacionais. A Caixa abriu os cofres para valer, pratica os melhores juros do mercado e está forçando a banca a sair da retranca.
. As próximas semanas poderão marcar alguns compromissos mais profundos do governo Lula com o setor. Eis o que espera Carlos Aita:
1) Planhab – O Plano Nacional da Habitação de Interesse Social sairá do forno, garantindo recursos para a construção de 8 milhões de novas habitações até 2023.
2) Cadastro Positivo – A exemplo do que pedem os bancos e financeiras há muito tempo, a construção civil pede um Cadastro Positivo, visando até mesmo a redução dos custos registrais. Aita quer que ele venha acompanhado do Cadastro Único de Imóveis.
3) Dinheiro da Poupança – A banca terá que dar garantias de que usará para além deste ano os recursos que já aplica da Caderneta de Poupança.
4) Faixas maiores para o dinheiro do FGTS – Ampliação do uso do dinheiro do FGTS para financiamento habitacional, que subiria dos atuais R$ 350 mil para até R$ 600 mil.
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