O ex-ministro Pratini de Moraes, com quem o editor tomou café da manhã nesta quinta-feira de manhã, contou desta forma como foi seu almoço com o presidente da Rússia, Dmitry Mdvedv, na terça-feira, no Palácio Guanabara:
- Não tinha como não fazer um agrado. Sou presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia. A Rússia é o nosso maior importador de carne bovina.
. Mas os russos não interromperam suas importações ?
. “As coisas nunca se passam deste modo”, foi ensinando, didaticamente, o ex-ministro da Agricultura, hoje membro do Conselho de Administração e diretor do grupo JBS, o maior produtor e exportador de carnes do mundo. Os russos apenas contingenciaram importações de Goiás.
. O futuro ?
. Ao longo de uma conversa de uma hora no Hotel Deville, 8h da manhã, em Porto Alegre, Pratini de Moraes elencou estes impressionantes números sobre produção, consumo e exportação de carne bovina do Brasil, sublinhando sempre a nossa condição de líder do mundo:
- O rebanho bovino brasileiro é de 180 milhões de cabeças, o abate caiu para 40 milhões (menos 10% este ano, o que alimenta os preços altos), 25% de tudo vai para 187 Países, os preços estão bons (a cotação cai, mas o dólar em alta compensa a diferença), os principais importadores são Rússia, União Européia e Oriente Médio, sendo que os principais produtores e exportadores brasileiros são Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pará. O Brasil exportará, este não, US$ 5,5 bilhões de carne bovina, quase toda congelada e resfriada. Quando Pratini de Moraes começou a trabalhar para o setor, as exportações eram dez vezes menores.
. E o RS ? O boi procura terra barata e sobe cada vez mais para o Norte. A boa notícia é que o RS está voltando ao circuito da produção e exportação.
- O leitor pode não saber, mas até dez anos atrás, pelo menos no RS, gado só se abatia com 250 a 300 kgs depois de chegar aos 5 anos. Foi assim por 200 anos. Não é mais. Na média brasileira, gado com o mesmo peso já se abate entre 24 a 30 meses.
RS x Mercosul: a grande saída
Até o final deste ano, pelo menos 70 fazendas gaúchas estarão habilitadas a exportar carne para a União Européia, segundo maior mercado comprador do Brasil. Eram 43 e já foram menos em fevereiro, quando foi repelida uma lsita local de 2.681 propriedades.
. Um dos maiores exportadores gaúchos da hostilidade é o grupo Marfrig, que salvou da morte o frigorífico de São Gabriel.
. O grupo Marfrig é o maior operador do Uruguai. Sua meta é promover sinergia fina entre seus negócios no RS e no Uruguai, integrando seus negócios dentro do Mercosul.
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