Especialista critica o plano de metas para a educação do governo Lula

Clipping/ Revista Época
15/11/2008
"Não estamos a caminho de nada"


Para João Batista Araújo e Oliveira, doutor em Educação pela Florida State University, é cedo para comemorar o crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O índice pulou de 3,8 em 2005 para 4,2 em 2007. Ex-secretário executivo do Ministério da Educação durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, ele credita esse aumento a manipulações dos municípios e a flutuações estatísticas. Se os gestores da educação não se mexerem, lançando políticas mais ousadas, ele diz que o país nunca vai alcançar a meta projetada para 2022 – 6 pontos no Ideb.

ÉPOCA – O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi de 3,8 em 2005 para 4,2, em 2007, antecipando a meta para 2009. Estamos no caminho certo?
João Batista Araújo e Oliveira – Não estamos a caminho de nada, quanto menos o certo. Não se pode dizer que houve melhora da educação, mas sim que houve alguma mudança. O Ideb mistura dois índices: a nota em português e matemática e a aprovação. Assim, você pode ter uma melhora no índice sem melhorar o ensino, apenas aprovando mais alunos. Muitos municípios fizeram isso através da progressão automática (sistema no qual os alunos não repetem).

ÉPOCA – Mas diminuir a reprovação e o abandono não são avanços para a educação?
Oliveira – São avanços, mas não de qualidade. Claro que manter os alunos na escola é importante, mas o Ideb fala de qualidade e isso significa fazer o aluno aprender. O problema não é o índice em si, mas a maneira como ele foi divulgado. O governo fez propaganda do resultado final sem esclarecer qual foi o peso do desempenho e da aprovação. Assim, enviou a falsa mensagem de que a política educacional está sendo corrigida, de que estamos no caminho certo.


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