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Domingo, 23 de novembro
Folha de S. Paulo
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS
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Crise chegou ao consumo, diz Renner
As Lojas Renner já sentem uma redução nas vendas como conseqüência da crise. No cenário traçado pelo presidente da empresa, José Galló, o consumo deve se retrair ainda mais no começo de 2009. Para ele, uma melhoria no varejo só virá no segundo semestre de 2010."A crise já chegou ao consumidor brasileiro", disse. Para ele, os primeiros afetados foram pessoas das classes A e B, com relação mais direta no mercado financeiro. Os próximos a sentir a força da crise serão os consumidores das classes D e E, através do desemprego, que Galló espera que ganhará força em fevereiro de 2009.Para enfrentar a crise, Galló iniciou um plano focado em cortes de gastos e ganhos de produtividade, há 45 dias. Ele está negociando com fornecedores melhores condições de compra e substituindo importados. Neste ano, 15% da matéria-prima era importada -em 2009, a meta é de 12%.Outra reação é a redução do quadro de funcionários, mas sem demissões. "Como a nossa rotatividade é alta, não precisamos demitir. Apenas paramos de repor o pessoal que sai."A crise econômica provocou impacto até nas decisões sobre o foco da coleção. As Lojas Renner apostaram na simplificação das peças. "Vamos ter mais roupas com estampas menos marcantes, para que a pessoa compre pensando que poderá usar mais vezes", disse Galló.Além da queda nas vendas, a empresa também sente a crise na escassez do crédito e na desvalorização de seus papéis na Bolsa. Sem conseguir captar, a empresa suspendeu uma negociação em curso para adquirir a rede fluminense Leader."Nesta crise, a regra é sentar em cima do caixa para garantir liquidez. Nós éramos uma companhia se preparando para crescer. Agora vamos ter que nos readequar", afirma.Na Bolsa, as perdas da companhia no ano já superam 50%. Segundo Galló, a empresa vai apresentar, na próxima reunião do conselho administrativo, um programa de recompra das ações. "O dilema é manter caixa ou investir na recompra."Apesar do cenário negativo, Galló também vê oportunidades nesta crise. Para ele, as grandes redes, como as Lojas Renner, podem ganhar parte do mercado das pequenas. "Os pequenos varejistas vão sofrer mais. Eles não vão conseguir se financiar." Além do aperto no crédito, Galló acredita que a falta de confiança na economia levará os consumidores a optarem por marcas conhecidas.
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