Clipping/ Revista Veja
25/10/2008
Cartazes com dizeres como "O neoliberalismo selvagem fracassou" e panfletos de propaganda do governo Hugo Chávez tomam as paredes da Universidade Bolivariana, a maior de todas na Venezuela, com 260 000 estudantes. Numa aula sobre economia, os alunos recebem uma lição de ódio ao McDonald’s – "que vem ao nosso país, usa nossa luz, nossa água e leva o dinheiro embora". A vitrine da livraria exibe dois dos best-sellers no câmpus, Razões para uma Revolução e Marxismo Aberto. O que fazem esses jovens no tempo livre? O trivial – conversar, ouvir o hip hop do grupo 3 Dueños, ir ao McDonald’s vizinho ("Fazer o quê? É bom!"). Também participam de manifestações simpáticas ao governo. Alguns dos estudantes são ainda integrantes das milícias chavistas, nas quais podem se alistar no "Escritório de integração cívico-militar", que funciona no próprio câmpus. Resume, orgulhosa, a secretária-geral da universidade, Xiomara Muro: "Estamos a serviço da revolução bolivariana. Nosso objetivo é formar o novo homem socialista". Não é a única na Venezuela. Nos últimos cinco anos, Chávez esparramou pelo país mais de quarenta sedes de faculdades nesses moldes e conseguiu se apoderar de outras existentes. Hoje, mais de 500 000 estudantes freqüentam uma dessas instituições, a maioria deles das classes C e D. Já são um quarto de todos os universitários do país – e o plano do governo é dobrar o número de matrículas.
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