O artigo a seguir é do jornalista Érico Valduga. Ele explica as razões da greve relâmpago e do entrevero que os professores do Cpergs promoveram ontem diante do Piratini.
. Você sabia, leitor, que a greve e o entrevero ocorreram porque a secretária da Educação ordenou que "apenas" 11 professores podem ser cedidos ao Cpergs para fazer política sindical e política contra o governo ? O número atual chega a 53. "Só" 11. Você conhece, leitor, alguma empresa ou instituição privada que cede 1 (um) só dos seus empregados para o sindicato fazer com ele o que quiser ? Quem paga esses "apenas" 53 professores sou eu, você, todos nós. Eles não são cedidos sem remuneração e vantagens. Existem outras centenas de professores cedidos para órgãos públicos de várias espécies.
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Os cidadãos, que pagam a conta, precisam deixar claro se estão dispostos a suportar, quietos, a falta de bom-senso no comportamento dos professores
Um número desconhecido de alunos da rede estadual de ensino ficou mais uma vez sem aula, ontem. Por que? Porque o Cpers (Centro de Professores do Estado) convocou uma manifestação na frente do palácio Piratini, para contestar a decisão da secretaria de Educação de limitar o número de professores que estão fora das classes, cedidos para fazer política na sua associação sindical. A providência atinge 42 mestres, e, como se trata de limitar o número, é de se supor que os cedidos sejam pelo menos o dobro. Observe-se que a legislação permite a cedência, como permite interrompê-la em caso de necessidade. Um número também desconhecido de alunos, certamente muitas vezes maior do que os que ficaram sem aula ontem, está desde o início do ano letivo, de forma temporária, sem professor desta ou daquela disciplina em todo o Rio Grande do Sul, porque faltam professores nas classes. É preciso contratar mais, mas é igualmente preciso fazer voltar ao magistério aqueles que hoje estão desviados em cedências diversas, inclusive para sindicatos, e licenciados para tratamento de saúde ou por interesses particulares. Chamá-los de volta é uma medida que se impõe, e que antecede a contratação de novos, com mais custos para os cofres públicos, supridos pela sociedade. A propósito, prezados leitores, levantamentos oficiais indicam que cerca de 67 mil professores estão em exercício, ante cerca de 87 mil matrículas na folha salarial. Onde está a diferença?Espera-se mais bom-senso do Cpers no encaminhamento de suas reivindicações justas e injustas. No entanto, a amostra desta terça-feira não foi boa, e seria um indício de que a nova presidente da entidade, Rejane de Oliveira, é mais radical do que a presidente anterior, Rejane Goldschmidt. Se isto é correto, calculem a que ponto poderemos chegar no comportamento de nossos funcionários pagos para educar os nossos filhos, pois a dirigente anterior foi uma das responsáveis pela selvagem invasão do plenário da Assembléia Legislativa, em agosto do ano passado. Mais do que isto, o que poderá ocorrer? Invasão impune, lembre-se, pois o inquérito correspondente foi abafado na secretaria de Segurança Pública pelos governantes dos quais as sindicalistas reclamam.
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