Por causa da onda de concursos e dos últimos reajustes concedidos ao funcionalismo federal, o Brasil não só inverteu uma tendência que parecia consolidada até o início dos anos 2000, como caminha a passos largos em direção a outra realidade totalmente diferente. Presente, porém robusto, manter o Estado custa cada vez mais caro em termos nominais e também em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Analistas advertem que é hora de pensar em mais investimentos em sistemas ou processos e menos em administração de salários.
. Influenciados pelo clima de eleições municipais, uma parte dos especialistas em contas públicas acredita que o governo Luiz Inácio Lula da Silva poderá deixar para o próximo presidente da República um problema fiscal sem solução. Em trajetória de alta nos últimos anos, os gastos com folha de pessoal serão de R$ 155 bilhões em 2009 e deverão bater em R$ 200 bilhões em 2011.
. Para Nelson Marconi, professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), trata-se de uma bomba-relógio. “A médio prazo, esses aumentos vão ser um problema muito grande”, resume. Mesmo admitindo a necessidade de recompor quadros e preencher espaços vazios na máquina sucateada, Marconi adverte que há descontrole e falta de planejamento no Executivo. “A política está concentrada em salários”, explica. “Está na hora de colocar na agenda a implantação de modelos de avaliação de desempenho eficazes, fazer um estudo de quantos funcionários são suficientes para o Estado”, completa.
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