A Polícia Federal obteve autorização para monitorar por pelo menos 54,7 mil horas linhas telefônicas em nome de pessoas e empresas investigadas na Operação Satiagraha, revela levantamento dos pedidos feitos pela PF, e aceitos, à Justiça Federal de São Paulo.
. Foram ordenados grampos em ao menos 51 linhas telefônicas em um intervalo de quase um ano, de 26 de julho de 2007 até as vésperas de a operação ir para a rua, em 8 de julho. A Folha identificou 25 pessoas que tiveram suas conversas gravadas a mando da Justiça.
. O principal alvo das escutas foi o investidor Naji Nahas, que teve três de seus números monitorados pelo período de 225 dias, sendo um deles compartilhado com o filho, Robert Nahas. Conhecido por falar pouco ao telefone, o banqueiro Daniel Dantas foi grampeado por 135 dias, ou 3.240 horas.
. Em torno dos dois, aliás, gravita a maioria das pessoas físicas e jurídicas interceptadas pela PF. No grupo formado a partir de Dantas, foram monitorados familiares, sócios, funcionários do Opportunity e lobistas, que, segundo a PF, davam suporte político a seus negócios ilegais.
. No grupo encabeçado por Nahas, os alvos preferenciais foram seus filhos, Robert e Fernando, doleiros e duas empresas (Rofer e Wanapar), investigadas sob a suspeita de lavar dinheiro vindo do exterior sem o pagamento de impostos ou fruto de corrupção.
Procurada pela Folha, a PF não respondeu se o volume de interceptações está dentro ou fora dos padrões de operações da mesma magnitude. Fontes da polícia disseram que não existe um número padrão de alvos nem de horas de monitoramento para cada um deles, o que pode variar conforme a complexidade da investigação.
. As informações são da Folha de S.Paulo.
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