Entenda por que o golpismo quer inverter o resultado na Ufrgs

OPINIÃO DO LEITOR

Fui ver a questão da ufrgs para ver do que se tratava. As normas são claras. Até que elas mudem, permanecem desde 1995 as normas de 70% de ponderação votos para os docentes,que sufragaram em maioria à chapa 2, a que quer promover mudanças na ufrhs e não o esquerdismo da Wrana nem o burocratismo indecente de composiçoes espúrias da turma da década de 1980. Os candidatos assinaram entre si um compromisso que mudaria a regra para 40% dos docentes e 30% para os outros lados, discente e técnico administrativo. Mesmo assim, a chapa 2 ganha a eleição. A chapa da Wrana(1) quer mudar no tapetão alegando que a contagem da proporcionalidade não deveria se dar sobre o total, mas sobre os que efetivamente votaram, descontando-se brancos, nulos e abstenções. Alega que voto é facultativo.Acho que está claro que é distorção. O voto dado é que deve ser valorizado. Quem não foi votar não o fêz porque demonstrava já uma intenção - apoiar a distância o movimento da maioria, a tendencia. Em ciencia politica , existe o que se chama de ação coletiva,e quando há abstenção, a tendencia é que se reproduza na abstenção UMA ESCOLHA RACIONAL pelo comportamento do voto, pela antecipação coletiva do eleitorado.O RESTO É CONVERSA.- Roberto Santos Leme, Porto Alegre, RS.

A NOTÍCIA DA SEMANA

Eleição para reitoria da Ufrgs é contestada

20/6/2008

A indefinição das normas que deveriam reger a apuração de votos na eleição para a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) está gerando grandes divergências a respeito do resultado do pleito, realizado na quinta-feira da semana passada. Candidatos das chapas 1 e 3 estão questionando a forma de cálculo dos votos utilizada, que, para a Comissão de Consulta da Ufrgs, garante a vitória da chapa 2, encabeçada por Carlos Alexandre Netto e Rui Oppermann.


"Desde antes da eleição nós vínhamos avisando à reitoria que as regras para o pleito não estavam claras, mas mesmo assim não houve uma definição", sustenta o professor Carlos Schmidt, candidato a reitor pela chapa 3. "Não estamos questionando em causa própria. Estamos questionando o processo como um todo", complementa a candidata da chapa 1, Wrana Panizzi, que comandou a Ufrgs por dois mandatos consecutivos (1996/2004).


A polêmica se dá na relação da forma de cálculo. Pelos critérios defendidos por Wrana e Schmidt, a vitória seria da chapa 1. Nesta sexta-feira se encerra o prazo para a apresentação de recurso formal a respeito do pleito. No entanto, ambos os candidatos não pretendem ingressar com nenhum procedimento de contestação junto à Comissão de Consulta, formada por 12 membros. Depois disso, o grupo se reúne na próxima terça-feira para julgar eventuais recursos e também divulgar o resultado final da eleição.


"Para nós, vale a lei 9.192, de 1995, que define pesos diferenciados para os votantes", explica o presidente da comissão, Celso Chaves. "É uma determinação do Ministério Público Federal", argumenta. Desta maneira, o voto dos professores equivale a 70%. O restante (30%) é dividido entre servidores e universitários.


Contudo, um acordo firmado entre as quatro chapas que estiveram na disputa altera estes índices - 40% para os docentes e os demais 60% repartidos ao meio para os outros segmentos. "Vamos honrar este compromisso", confirma o candidato da chapa 2, Carlos Alexandre Netto (Alex).Segundo ele, mesmo com esta mudança, o resultado confirmaria a vitória da chapa 2. "O acordo fala em ponderação pela participação respectiva, o que significa dividir o número de votos pelo universo de eleitores", explica.

Para Wrana e Schmidt o critério é outro. "Não devemos calcular pela quantidade total de eleitores, mas sim pelo número de votantes, já que a eleição é facultativa", ressalta a coordenadora do programa de Pós-graduação em Matemática Aplicada da Ufrgs, Maria Varriale. Ela redigiu um parecer apresentando cálculos que confirmam a vitória da chapa 1.

Para a ex-reitora Wrana, faltou uma ação do presidente do Conselho Universitário (Consun) - no caso, o atual reitor, José Carlos Hennemann - de convocação para decidir sobre as regras. "Quero esperar uma manifestação do conselho sobre essa situação, pois é a nossa instância maior e deve ser respeitado", afirma.


O Consun se reúne no dia 4 de julho para deliberar sobre o pleito. De acordo com o estatuto, cabe ao órgão escolher uma lista tríplice de candidatos à reitoria para ser encaminhada ao Ministério da Educação. O ministro Fernando Haddad, que nomeará o novo reitor, já havia se manifestado, alegando que o escolhido seria aquele que vencesse a eleição. Com a falta de critérios claros a respeito da apuração, a dúvida persiste.

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