O candidato Ciro Gomes manteve ontem uma áspera, porém inteligente discussão política e ideológica ao visitar a Expointer, Esteio, RS, que termina neste domingo.
Na Farsul, a entidade que representa todo o agro gaúcho, o presidente da entidade, Gedeão Pereira, não fez rodeio algum para esclarecer as divergências que tem com o candidato e com o PDT:
- Nós, aqui na Farsul, somos defensores
irredutíveis do direito à propriedade privada. Estamos preocupados com a
segurança jurídica, que foi relativizada nos últimos anos por ideologias de
esquerda em questões como reforma agrária, demarcações indígenas e quilombos,
além de questões ambientais. Queremos um Estado menor, privatizações e
necessidade de investimentos em infraestrutura.
Ciro Gomes não tergiversou e apontou incoerências no discurso da Farsul, partindo até mesmo para a ofensa:
- O senhor diz que o agro não recebe subsídios, mas recebe. A agricultura
recebe R$ 158 bilhões ao ano em créditos relativos a abatimento de juros
através das instituições públicas de fomento. Posso dizer na minha campanha
então que o presidente da Farsul não quer mais o subsídio público? Respeito
muito o serviço que o agronegócio presta à nação, mas querer um Estado mínimo e
ao mesmo tempo que o governo garanta a infraestrutura e financiamento não faz
sentido. É uma visão liberaloide estúpida e egoísta.