Na Operação Lava Jato, ‘acarajé’ é dinheiro vivo, em
espécie. Acarajé foi o nome da 23ª fase da operação porque a palavra foi muito
usada em negociações entre funcionários da construtoraOdebrecht.
A reportagem é do Jornal Nacional de ontem.
O JN ocupou 1/3 de todo o seu espaço para passar informações sobre as confusões do PT, de Lula e do governo Dilma.
Leia este caso do acarajé:
‘Acarajé’ aparece várias vezes nas trocas de mensagens de
três funcionários da Odebrecht. Roberto Paraíso Ramos, então presidente da
Odebrecht Óleo e Gás, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, da área
administrativa e financeira e Maria Lúcia Guimarães.
Pelo relatório da polícia, o interesse pelos ‘acarajés’
começou no dia 29 de outubro de 2013. Até 11 de dezembro do ano seguinte ainda
havia mensagens pedindo ‘acarajé’. Na maioria delas, o pedido era de pelo menos
50 ‘acarajés’ de cada vez. Segundo os investigadores, ‘acarajé’ é na verdade
"recurso financeiro em espécie", e o código é uma "tentativa de
ocultar atividade obscura". Os investigadores destacaram 13 e-mails com as
negociações de ‘acarajé’ em datas diferentes.
No dia 29 de outubro de 2013, Roberto Ramos escreve: ‘Meu
tio, vou estar amanhã e depois em São Paulo. Será que dá pra eu ter uns 50
acarajés dos 500 que tenho com você? Ou posso comprar aqui mesmo, no Rio? Tem
alguma baiana de confiança aqui?”. Hilberto responde:
“Onde você quiser, entre São Paulo e Rio sem problemas.
Avise com 48 horas de antecedência”
Em 27 de janeiro, de novo Roberto Ramos pergunta se
Hilberto consegue fazer chegar mais 50 acarajés na quarta-feira à tarde, por
volta das 15h no escritório da OOG, no Rio.
Em janeiro, março, junho, até novembro de 2014, os
e-mails com pedido de ‘acarajés’ foram se repetindo.
Em alguns momentos, para fazer o serviço, Hilberto entra
em contato com Maria Lúcia Guimarães Tavares.
Ela foi questionada pela Polícia Federal sobre
o verdadeiro significado de ‘acarajé’. Segundo o relatório, ela manteve a
versão pouco verossímil de que seu chefe Hilberto pedia porções de acarajés
para entrega no Rio. E acrescentou que as baianas de Salvador vendem pequenas
porções para aperitivo, em caixas.
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