Surpreendido pela ação da Polícia Federal, o governador de Minas, Fernando Pimentel, é outro petista que chora nos últimos tempos, mas não confessa nada.
Leia este material do Estadão desta noite:
Com os olhos marejados, o governador de Minas Gerais,
Fernando Pimentel (PT), disse há pouco, em coletiva de imprensa convocada de última
hora, que o mandato de busca e apreensão cumprido ontem, no apartamento da sua
esposa Carolina Pimentel, em Brasília (DF), foi expedido com base em uma
alegação "absolutamente inverídica". "Carolina está sendo vítima
de um erro, de um equívoco, que eu tenho certeza de que será corrigido",
declarou.
A Operação Acrônimo, da Polícia Federal, investiga a
suspeita de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
Ontem, na ação, foram presos, além do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira
Neto, o Bené, colaborador de campanhas do PT, outras quatro pessoas. Agentes da
PF também fizeram buscas num apartamento de Carolina, localizado na Asa Sul, em
Brasília, com base em suspeita de que a empresa da primeira-dama do Estado de
Minas Gerais, Oli Comunicação e Imagens, seja "fantasma". Outros
alvos foram dois imóveis, em Belo Horizonte, do ex-deputado Virgílio Guimarães
(PT-MG), aliado de Pimentel.
O governador estava acompanhado na coletiva de hoje
somente do advogado de Carolina, Pierpaolo Bottini. No início de seu
pronunciamento, Pimentel disse que estava ali "não na qualidade de
governador, mas como cidadão, pai e esposo". Justificou a ausência de
Carolina no Palácio da Liberdade, uma das sedes do governo estadual, onde foi a
coletiva, devido ao pedido médico para ficar de repouso, pois está grávida.
"É meu dever prestar contas. Só não fizemos isso ontem porque queríamos
ter acesso aos autos do inquérito. Carolina está abalada", informou o
governador.
Pimentel ainda comentou que tanto ele quanto a
primeira-dama não acham que houve má-fé ou atitude deliberada da PF na ação.
"Respeitamos a operação e a investigação da PF e do Ministério Público.
Mas reafirmo minha absoluta convicção na Justiça brasileira, nas instituições
republicanas. Nós estamos sendo vítimas de um erro, e não perco minha fé na
democracia e na liberdade de imprensa", falou. Segundo ele, na segunda-feira
serão entregues documentos que servirão para excluí-la desse inquérito.