Neste post de setembro de 2009, intitulado Problemas na Petrobras demitem Lina Vieiram(foto ao lado), é possível entender como é que se encaixa Otacílio Cartaxo, agora investigado no caso das propinas no Carf. Leia:
Otacílio Cartaxo será o substituto da secretária da
Receita Federal Lina Maria Vieira, cuja demissão foi oficializada nesta
quarta-feira. Em nota, o Ministério da Fazenda diz que Lina "cumpriu com
êxito uma importante etapa na reestruturação do órgão". O nome de Cartaxo
foi sugerido ao ministro da Fazenda Guido Mantega em uma reunião nesta quarta
com dez superintendentes regionais da Receita. Na terça, esses superintendentes
estiveram reunidos com Lina, e passaram o dia preparando um relatório sobre sua
gestão e uma lista de demandas a serem apresentadas a Mantega.
Segundo a nota do Ministério, todas as diretrizes
adotadas durante a gestão da ex-secretária foram tomadas em consonância com as
orientações do ministro Mantega, e continuarão sendo seguidas. O texto informa
que o programa de modernização da Receita Federal continua em curso,
destacando-se a renovação dos quadros, o acesso aos cargos por concurso
interno, o fortalecimento da fiscalização e a melhoria no atendimento ao
público. De acordo com a nota, para continuar esse processo de mudança e
aperfeiçoar a gestão, o ministro Guido Mantega decidiu substituir a secretária.
Cartaxo é funcionário de carreira da Receita e ocupava o
cargo de delegado órgão no Rio Grande do Norte, até ser levado por Lina para
Brasília, onde ocupava o cargo de secretário-adjunto. A ex-secretária vinha
sendo alvo de críticas por causa da queda de arrecadação do órgão - fruto de
medidas contra a crise e da desaceleração da economia - além de ter suspeitado
de operações chamadas de "compensação de tributos", feitas pela
Petrobras.
A escolha de Cartaxo é considerada uma vitória dos
superintendentes, que ameaçaram Mantega com um movimento de demissão em massa
caso o sucessor de Lina Vieira viesse dos quadros da Previdência Social ou
fosse remanescente da gestão do ex-secretário Jorge Rachid.
Cena 2
Confira em que escândalos esse personagem se envolveu – e
sua participação em cada um
• Caso Lina Vieira
o Envolvimento
Foi a primeira mulher a assumir a Receita, em julho de
2008, sucedendo a Jorge Rachid. Pouco antes de completar um ano no cargo, foi
exonerada sem que o governo apresentasse uma justificativa. À época, foram
aventadas duas possíveis razões para sua saída: a queda na arrecadação de
impostos e a abertura de um processo administrativo para apurar uma manobra
contábil da Petrobras. Um mês depois, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo,
Lina revelou ter sido chamada no final de 2008 para uma reunião a sós com Dilma
Rousseff, então ministra da Casa Civil, que lhe teria pedido para
"agilizar" a fiscalização sobre Fernando Sarney, filho do então
senador José Sarney. "Fui embora e não dei retorno", disse Lina.
O que aconteceu
Lina confirmou o teor da entrevista em depoimento no
Congresso, mas não apresentou provas nem testemunhas. Dois meses depois, a
ex-secretária localizou a agenda que apontava a data exata do encontro, 9 de
outubro de 2008, com o seguinte comentário: "Dar retorno à ministra sobre
família Sarney". Dilma continuou rebatendo a declaração de Lina, e o
encontro nunca foi provado. Em julho de 2010, um ex-funcionário do Planalto
afirmou a VEJA que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência
da República escondeu imagens das câmaras de segurança que comprovariam a
reunião.
Cena 3
Combate à pedofilia ou perseguição a Lina Vieira
2009, pouco depois dos incidentes na Receita
O apresentador de rádio “Mução”, Rodrigo Vieira
Emerenciano, filho de Lina Vieira, ex-chefe da Receita Federal em litígio com Dilma, foi preso na manhã desta quinta-feira, 28, em Fortaleza, acusado
de divulgar pornografia na Internet. Ele é alvo de investigação
na operação de combate à pedofilia e pornografia infantil na Internet da
Polícia Federal (PF). O humorista apresenta um programa diário que é
transmitido para vários estados. Além de Mução, outros dois suspeitos foram
presos em flagrante.
O radialista foi preso no bairro de Meireles, onde mora
atualmente. Segundo informações do portal JC Online, ele foi preso mediante
mandado de prisão preventiva temporária, podendo passar até dez dias detido.
Segundo a Superintendência da Polícia Federal no Ceará,
foram cumpridos um mandado de prisão e quatro de busca e apreensão. Durante as
buscas, dois suspeitos foram presos em flagrante. Na casa dos três suspeitos, a
Polícia Federal apreendeu dois HDs, diversos CDs e DVDs, além de tablets e
notebooks para mais investigações. Se o crime for flagrado nos materiais, o
apresentador permanece preso em Fortaleza. Se não, será encaminhado ao Recife,
onde começaram as investigações. A previsão da PF é que a conclusão seja ainda
nesta quinta-feira, 28.
Operação
A Operação DirtyNet está cumprindo 50 mandados de busca e
apreensão e 15 mandados de prisão de uma quadrilha que compartilhava material
de pornografia infantil na Internet, nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná,
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará,
Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
Há seis meses a Polícia Federal monitora redes privadas
de compartilhamento de arquivos na internet, onde foram detectadas intensas
trocas de material de cunho sexual envolvendo crianças e adolescentes.
Os suspeitos, integrantes de um mesmo grupo, valendo-se
da suposta condição de anonimato na rede, trocavam milhares de arquivos
contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de
abuso sexual. Além da troca de arquivos foram identificados ainda relatos de
outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção
a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos
de canibalismo.
Redação O POVO Online, com informações do JC Online
Cerna 4
Irmão de Mução seria o autor dos crimes de pedofilia, diz
Polícia Federal
Reviravolta no caso foi esclarecida em entrevista
coletiva, no Recife.
O irmão do radialista Rodrigo Vieira Emereciano, mais
conhecido como Mução, está sendo apontado pela Polícia Federal (PF)
como responsável pelos crimes de pedofilia pelos quais o humorista havia sido
acusado e preso, na última quinta-feira (28), em Fortaleza. A informação
foi repassada pela PF em coletiva de imprensa, na noite desta sexta-feira (29),
noRecife, para explicar a reviravolta sofrida pela investigação do grupo
desbaratado na operação Dirty Net, deflagrada em 11 estados e no Distrito
Federal. Mução foi solto e deixou a sede da PF por volta das 21h.
"Ele [Mução] se mostrou surpreso com a investigação
e levantou a hipótese de que poderia ser uma pessoa muito próxima, que tem
acesso à casa e às senhas. Intimamos o irmão, que se apresentou com o advogado.
Ele é engenheiro da computação e tem conhecimento aprofundado de informática.
Era responsável pelo parque tecnológico da empresa, instalava softwares, tinha
pleno acesso aos computadores do irmão e de outras pessoas da empresa",
detalha o delegado Nilson Antunes.
Antunes disse também que a PF identificou o irmão como
suspeito pelos crimes na metade do dia. "Ele [o irmão] se entregou porque
a polícia chegou a ele. O investigado recebeu essa notíca enquanto estava sendo
reinterrogado. Ficou muito emocionado, chegando às lágrimas", lembra.
As investigações da Operação Dirty-Net, que foi realizada
em 11 estados e no Distrito Federal, começaram há cerca de seis meses. No
total, 18 pessoas foram detidas. Além do humorista, outras prisões ocorreram no
Rio Grande do Sul (duas em Porto Alegre, uma em Esteio e duas em Santa Maria),
Minas Gerais (três prisões), Paraná (uma em Foz do Iguaçu), São Paulo (uma na
capital), Rio de Janeiro (duas na capital) e Espírito Santo (uma na Grande
Vitória).