Com a entrega, na próxima segunda-feira, dos aeroportos
de Confins (MG) e Galeão (RJ) aos concessionários, a estatal Infraero entrará
em seu mais agudo período de "vacas magras", que deve perdurar pelo
menos até 2018. A partir de 2015, a estatal, até então responsável por esses
dois aeroportos, deverá dar prejuízo da ordem de R$ 450 milhões ao ano,
informou o presidente da empresa, Gustavo do Vale.
. Com a entrega dos principais aeroportos à iniciativa
privada, a Infraero perdeu a fonte de cerca de 65% das receitas que tinha até
2012. Além de Confins e Galeão, a empresa deixou de arrecadar com Guarulhos,
Viracopos (SP) e Brasília. Além disso, o Augusto Severo, no Rio Grande do
Norte, foi fechado depois que o aeroporto privado de São Gonçalo do Amarante
começou a operar.
. Cerca de 80% dos funcionários dos aeroportos já
concedidos foram devolvidos à Infraero. Voltando, eles são readequados na
própria empresa, já que até agora a opção foi não demitir. Para aliviar a
situação, a empresa negocia com o Ministério do Planejamento um programa de
redução do seu quadro de funcionários. A Infraero pede recursos, estimados
inicialmente em R$ 750 milhões, para iniciar um Plano de Demissão Voluntária
(PDV). Isso ajudaria a desligar 2,5 mil funcionários de um total pouco superior
a 12 mil.
. A medida, explicou Vale, é necessária para equilibrar as
despesas de custeio da estatal a seu novo nível de receitas.