O secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip,
disse nesta segunda-feira que o Ministério da Saúde cometeu um erro
"grosseiro" ao identificar um rombo de 72 milhões de reais em
recursos federais que deveriam ter sido repassados à Santa Casa de Misericórdia
de São Paulo.
. Após o hospital filantrópico suspender por 30
horas o atendimento em seu pronto-socorro por falta de materiais, o governo
federal apresentou uma tabela para justificar os repasses de verba à Santa
Casa. "Nossa avaliação é a de que existe um rombo. O dinheiro não está
chegando", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista ao
jornal O Estado de S. Paulo.
Erro do governo federal
é bizarro e de gente incompetente
e incapaz do PT
Uip afirmou que a tabela é "absolutamente
bizarra e contempla erros grosseiros". Segundo ele, ela contém dois
incentivos federais extintos em 2006 e 2011. "Nas portarias que
extinguiram os incentivos, fica estabelecido que o valor deles seja incorporado
no valor repassado pela produção da Santa Casa, que foi o que a secretaria
fez", disse o secretário. A tabela do ministério, portanto,
compromete duas vezes o mesmo valor. É um erro bizarro, de quem não conhece
tabela e que não lê portarias."
. Somados, os dois incentivos que teriam sido duplicados na
tabela correspondem a 72 milhões de reais anuais, valor que, agora, será
cobrado pelo Estado.
Agora o governo de SP
Quer o dinheiro
que o governo federal não repassou
"Já que o ministro contabilizou e não repassou,
estamos encaminhando um pedido formal ao ministério para que nos enviem o
dinheiro", disse Uip. Ele afirmou ainda que espera uma retratação do
Ministério da Saúde. "O Estado de São Paulo se sente ofendido pela
acusação de não ter repassado o valor."
. No dia seguinte à suspensão dos atendimentos de urgência
e emergência da Santa Casa de São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde liberou
uma verba emergencial de 3 milhões de reais e anunciou que faria uma
auditoria nas contas do hospital. Em entrevista ao jornal, Chioro exigiu que a
auditoria também revele o destino dos repasses federais à instituição.