Artigo, Cesar Maia - A democracia das redes sociais impõe-se sobre a fossilizada democracia dos Sindicatos, ONGs e Partidos

Ninguém consegue gerenciar politicamente e de modo permanente as redes sociais - ainda. 



No artigo a seguir, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, escreve nesta sexta-feira que um acompanhamento cuidadoso das mobilizações ocorridas nos países árabes e na Europa, que vêm sendo acunhadas  de "os indignados", mostra a completa ausência indutora de sindicatos, associações locais ou profissionais ou partidos políticos. Essas mobilizações têm como vetores indutores as redes sociais, as mídias sociais. O que vem ocorrendo nas últimas semanas no Brasil, cujo ápice foi a fracassada greve geral desta quinta-feira, demonstra que o fenômeno repete-se aqui. Leia mais:
           
A chamada 'sociedade civil organizada' perdeu sua capacidade de mobilização e liderança, vis a vis as redes sociais. Isso vale também para os partidos políticos, que se fossilizam exclusivamente na atividade parlamentar e falam para eles mesmos e para os meios de comunicação. Neste aspecto, essa é a primeira mudança profunda desde a revolução francesa, ou seja, desde mais de 200 anos. Portanto, essa mudança não deve ser tratada apenas como um fato interessante para a curiosidade dos analistas. Deve ser tratada como um fato histórico que muda as relações dentro da sociedade civil, dentro da sociedade política e entre ambas. As redes sociais superam a disjuntiva entre democracia representativa, via eleições parlamentares, e democracia direta, via sociedade civil organizada. Uma democracia direta eletrônica com a característica básica de ser horizontal e não ter coordenações, lideranças e organizações estáveis. Não se consegue impor um clichê, ou um nome para um segmento em ebulição nas redes sociais.  Não se pode chamar de associação, sindicato ou partido, esta ou aquela rede. Não tem forma nem sede.E as associações civis e políticas que imaginarem poder usar as redes sociais como instrumentos seus, vão perder tempo. Elas têm, de certa maneira, de se dissolver nas redes, resgatando sua integridade pela unidade de suas ideias, sem a pretensão de reproduzir nas redes sociais a forma de fazer política social ou partidária à qual estão acostumados. Esse é um processo que já começou e que vai desenvolver no tempo, os seus caminhos, os seus métodos. Os que pensam ser um modismo serão atropelados. Os que tiverem humildade e estudarem a sua lógica vão se antecipar aos demais nessa transição de organizações verticais rígidas para redes horizontais plásticas e automobilizáveis. E de tal agilidade e rapidez, que quando se estiver fazendo um estudo de caso, outros estarão surgindo. Nenhum permanente na forma e todos permanentes no método.

2 comentários:

Mordaz disse...

Para mim é um disparate sem tamanho. Até agora só coisa ruins aconteceram como congelamento de tarifas públicas e busca de médicos desqualificados no exterior. Nada disto é bom. Democracia não é o grito das minorias querendo um mundo de graça, mas o direitos de todos, baderneiros e a maioria que trabalha em silêncio. A maioria que foi para a rua não representa o povo brasileiro, e não consegue uma agenda comum porque querem coisas incompatíveis entre sí. Apenas o "de graça" até agora uniu os berrantes. Isto não é democracia, mas retrocesso primitivo, onde quem berra mais, leva mais.

Anônimo disse...

Agora o povo descobriu um veículo para desmoralizar políticas duvidosas seculares,acredito que uma nova ordem mundial será instalada.EUA está ficando desmoralizado com essas bisbilhotices nas vidas dos cidadãos e outras coisitas mais,CUBA está desmoralizado por um sistema falido,Venezuela falta até papel higiênico e no outro dia está todo mundo comentando e desmoralizando o país, os mensaleiros do Brasil estão sob eterna vigilância do povo.Se há um problema social grave no Nordeste os habitantes dos demais Estados do Brasil cobram o Governo de Plantão que está enrolando a Transposição e assim segue a sociedade com sua ferramenta poderosa.

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