Material de Álisson Coelho
A Justiça de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, determinou
o afastamento do secretário de Meio Ambiente do município, Ubiratan Hack. Ele é
suspeito de beneficiar empresas autuadas por danos ambientais, com as quais se
relacionava.Hack é alvo de ações judiciais movidas pelo Ministério
Público a partir de investigações da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente
(Dema). Em um dos casos, envolvendo uma metalúrgica da cidade, o secretário
teria atuado como responsável técnico antes de assumir o cargo na prefeitura.
Depois de empossado, ele teria continuado prestando o serviço através de uma ex-funcionária
da sua empresa de consultoria.
. A polícia apurou indícios de tráfico de influência do
secretário, que teria favorecido essa empresa. Em outubro de 2010, fiscais da
secretaria foram chamados por moradores que reclamavam que efluentes da
metalúrgica estariam transbordando por um bueiro próximo da empresa. Os
técnicos constataram irregularidades, mas o secretário teria orientado os
servidores a não chamarem a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram). Além de tentar evitar que o caso chegasse à polícia, o
secretário teria embaraçado o trabalho dos fiscais na autuação da empresa. A
multa calculada por uma servidora chegou a ser reduzida em 60% por outro
fiscal. A suspeita é de que tenha havido interferência do secretário.
. A polícia também investigou, e repassou ao MP, suspeitas
de irregularidades nas relações de Hack com outras duas empresas. Em uma delas,
flagrada manejando uma área protegida, a Secretaria de Meio Ambiente de Novo
Hamburgo (Semam) teria dado à direção da empresa uma autorização retroativa,
com data falsificada de um dia antes do trabalho de fiscalização da Patram,
para evitar que a indústria pagasse multa.
A Justiça já recebeu quatro denúncias contra Ubiratan
Hack. Duas delas são criminais, e outras duas são ações de improbidade
administrativa.