* Clipping www.veja.com.br
Em votação apertada – 16 votos a 13 –, a CPI do Cachoeira decidiu nesta quinta-feira adiar novamente a convocação do empresário Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, empresa que está no centro das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional. Por um placar um pouco mais folgado – 17 votos a 13 –, os parlametares evitaram também a convocação do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot. O PT votou em bloco em favor do adiamento das duas convocações.
Cavendish é o autor, em trecho captado pelos grampos da Polícia Federal, da frase: “Se colocar 30 milhões de reais na mão de político, ganha negócio”. Amigo pessoal do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), o empresário deixou o comando da Delta assim que estourou a informação de que a empreiteira atuava em parceria com o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira para a obter benefícios irregularmente.
O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi o primeiro a defender, durante a sessão, que a convocação de Cavendish não fosse votada de imediato. Segundo ele, ainda não foram analisados documentos suficientes para embasar futuramente a oitiva do empresário. “Estamos discutindo as relações da Delta com a organização criminosa e a quem serviu essa empresa”, disse Cunha. “Precisamos fazer que venham à CPI pessoas cujos vínculos sociais, econômicos, políticos e patrimoniais fiquem evidentes”, completou o relator ao defender o sobrestamento da votação sobre o ex-presidente da Delta.