As cidades de Brasília e Rio de Janeiro saíram na frente em suas manifestações em prol do julgamento do mensalão. Enquanto na capital federal o tempo ajuda, com sol aberto, no Rio, a cor cinzenta do céu afasta as pessoas da orla carioca, local dos protestos. Eram mais de 10 horas quando manifestantes começaram a se aglomerar no gramado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Segundo cálculos da Polícia Militar, cerca de 1 500 pessoas participaram da concentração.
. Chama atenção a baixa faixa etária dos participantes. Segundo a reportagem do site da revista Veja, jovens universitários ou mesmo do ensino médio, trajando roupas pretas, compõem a maioria do grupo de manifestantes. Questionado se o apartidarismo do protesto poderia minar sua eficácia, Rafael Baianuk, estudante de 22 anos, afirmou: “Nosso mecanismo é fazer pressão para que eles [congressistas] mudem. Não é um apartidarismo passivo.”
. O contingente de pessoas aumentou à medida em que o grupo passou a se movimentar em direção à Praça dos Três Poderes, onde encerrarão a manifestação cantando o Hino Nacional. O número de participantes, porém, deve ficar abaixo da expectativa de 20 000 pessoas feita pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), uma das organizadoras do protesto.
. No Rio de Janeiro, aglomerados em frente ao Posto 9, na praia da Ipanema, o grupo de manifestantes conta com um carro de som para amplificar palavras de ordem e angariar assinaturas para um abaixo-assinado pelo julgamento do mensalão. Com o tempo ruim, os cariocas preferiram viajar ou ficar em suas casas. Com isso, o protesto do Rio foi esvaziado. Por volta das 11 horas, pouco pais de 60 pessoas estavam participando da manifestação e o abaixo-assinado contava com cerca de 400 assinaturas – a maioria delas de indivíduos que passavam no local.
. Os movimentos civis anticorrupção – muitos deles organizados nas redes sociais on-line – que realizam as manifestações pelo Brasil neste sábado já defenderam em seus protestos causas como a aprovação da Lei da Ficha Limpa, que entrou em vigor no começo deste ano.
Em gravação, Cachoeira diz que vai “matar a pau” na Caixa Econômica Federal
A revista ÉPOCA teve acesso com exclusividade a diálogos gravados que mostram como a turma do bicheiro Carlinhos Cachoeira atua para conseguir negócios milionários com a Caixa Econômica Federal. Em uma conversa gravada pela Polícia Federal, em 14 de abril de 2011, o empresário Cláudio Abreu, então diretor da Delta Construções para o Centro-Oeste, diz, aos gritos, para Cachoeira que eles haviam ganhado um grande contrato com a CEF: a construção em Brasília do Centro Tecnológico da Caixa, uma obra no valor de R$69,7 milhões.
. Cachoeira também tinha uma boa notícia para dar para o parceiro Cláudio Abreu. Ele diz que “a Marise” é a nova superintendente da Caixa Econômica em Goiás. Segundo Cachoeira, Marise havia sido indicada por Marcelo Limírio, do laboratório NeoQuímica, também sócio de Cachoeira. “Marise” é Marise Fernandes de Araújo, uma funcionária de carreira que assumiu a Superintendência da CEF 20 dias depois da conversa entre Abreu e Cachoeira. “Vou levar ela aí para você conhecê-la”, diz Cachoeira. Cláudio Abreu diz que é importante: “Sabe por quê? As obras de saneamento aí do PAC em Catalão, que nós vamos fazer. Isso tudo vai depender da superintendência”, afirma Abreu. Sete meses depois desse diálogo entre Cachoeira e Abreu, a empresa Delta foi contratada, no dia 22 de novembro de 2011, para fazer obras de saneamento em Catalão. Valor do contrato: R$ 25,1 milhões.
CLIQUE AQUI para ler a matéria completa na "Época".
19 viaturas são usadas para ir a festa do chefe da Polícia Civil em Porto Alegre
Clipping – Jornal Zero Hora – 21/04/2012
O chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior, comemorou seu aniversário de 46 anos na noite da última quinta-feira com uma festa em um clube da zona sul da Capital. Durante as cinco horas de duração do jantar, na sede de Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), pelo menos 19 viaturas — cinco preto e branco e 14 discretas — foram empregadas por delegados e agentes. O aniversário de Ranolfo, definido como "evento institucional" pelo Departamento de Comunicação Social da corporação, mereceu destaque no site oficial da Polícia Civil. Na capa, entre notícias de crimes e dados oficiais, constava:
"Ocorre nesta quinta-feira (19/04), com a presença do secretário da Segurança Pública, Airton Michels, entre outras autoridades, o jantar de comemoração do aniversário do chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior".
Mais adiante, o texto informava:
"Os ingressos custam R$ 45,00 e estão à venda, até as 18 horas de quinta-feira (19/04) na Divisão de Comunicação Social, localizada no Palácio da Polícia, na Av. João Pessoa, 2.050, 3º andar, sala 411".
O jantar, que contou com a presença de desembargadores, magistrados, promotores e secretários de Estado, movimentou as autoridades gaúchas. Logo na entrada do clube, estava uma caminhonete Blazer, com sinalizador luminoso ligado. Dentro do estacionamento, havia outras duas caminhonetes com sinalizadores, ora ligados, ora desligados. No salão de festas da AABB, os 350 convidados eram recepcionados por seis policiais fardados do Grupamento de Operações Especiais (GOE) — uma equipe de elite da Polícia Civil. A função dos agentes, fardados e armados com pistolas, era de "garantir a segurança dos convidados", segundo a Comunicação Social da Polícia.
Carros do Interior sem logotipo
À medida em que o tempo passava, viaturas entravam e saíam do estacionamento da AABB. Zero Hora apurou que delegados e agentes de cidades como Santa Maria, na Região Central, e Montenegro, no Vale do Caí, utilizaram veículos oficiais sem logotipo.
A maior parte dos carros da corporação empregados nos deslocamentos era de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Os veículos, a maioria Focus, estão lotados em delegacias como Roubos, Homicídios, Departamento de Investigação do Narcotráfico (Denarc). A festa se encerrou por volta da 1h.
ZH procurou o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior, mas ele preferiu se manifestar apenas por meio da assessoria de Comunicação Social.
O que diz a Chefia de Polícia
"A festa de aniversário do chefe de Polícia é tratada como um evento institucional, que faz parte da história da corporação. Devido à grande presença de autoridades que eram esperadas, foi solicitado ao GOE que fizesse a segurança. Por isto, as viaturas ostensivas. Em relação às viaturas discretas, não temos a relação dos veículos presentes. Mas quem não estava em serviço, não deveria utilizar veículos oficiais. O critério é o seguinte: quem está de serviço ou de plantão de sobreaviso, que pode ser acionado urgentemente a qualquer momento, pode utilizar carro oficial em eventos sociais. É importante que fique claro que, embora seja um evento institucional, não há recursos públicos utilizados". (Foto: Ronaldo bernardi/Agencia RBS)
O chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior, comemorou seu aniversário de 46 anos na noite da última quinta-feira com uma festa em um clube da zona sul da Capital. Durante as cinco horas de duração do jantar, na sede de Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), pelo menos 19 viaturas — cinco preto e branco e 14 discretas — foram empregadas por delegados e agentes. O aniversário de Ranolfo, definido como "evento institucional" pelo Departamento de Comunicação Social da corporação, mereceu destaque no site oficial da Polícia Civil. Na capa, entre notícias de crimes e dados oficiais, constava:
"Ocorre nesta quinta-feira (19/04), com a presença do secretário da Segurança Pública, Airton Michels, entre outras autoridades, o jantar de comemoração do aniversário do chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior".
Mais adiante, o texto informava:
"Os ingressos custam R$ 45,00 e estão à venda, até as 18 horas de quinta-feira (19/04) na Divisão de Comunicação Social, localizada no Palácio da Polícia, na Av. João Pessoa, 2.050, 3º andar, sala 411".
O jantar, que contou com a presença de desembargadores, magistrados, promotores e secretários de Estado, movimentou as autoridades gaúchas. Logo na entrada do clube, estava uma caminhonete Blazer, com sinalizador luminoso ligado. Dentro do estacionamento, havia outras duas caminhonetes com sinalizadores, ora ligados, ora desligados. No salão de festas da AABB, os 350 convidados eram recepcionados por seis policiais fardados do Grupamento de Operações Especiais (GOE) — uma equipe de elite da Polícia Civil. A função dos agentes, fardados e armados com pistolas, era de "garantir a segurança dos convidados", segundo a Comunicação Social da Polícia.
Carros do Interior sem logotipo
À medida em que o tempo passava, viaturas entravam e saíam do estacionamento da AABB. Zero Hora apurou que delegados e agentes de cidades como Santa Maria, na Região Central, e Montenegro, no Vale do Caí, utilizaram veículos oficiais sem logotipo.
A maior parte dos carros da corporação empregados nos deslocamentos era de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Os veículos, a maioria Focus, estão lotados em delegacias como Roubos, Homicídios, Departamento de Investigação do Narcotráfico (Denarc). A festa se encerrou por volta da 1h.
ZH procurou o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior, mas ele preferiu se manifestar apenas por meio da assessoria de Comunicação Social.
O que diz a Chefia de Polícia
"A festa de aniversário do chefe de Polícia é tratada como um evento institucional, que faz parte da história da corporação. Devido à grande presença de autoridades que eram esperadas, foi solicitado ao GOE que fizesse a segurança. Por isto, as viaturas ostensivas. Em relação às viaturas discretas, não temos a relação dos veículos presentes. Mas quem não estava em serviço, não deveria utilizar veículos oficiais. O critério é o seguinte: quem está de serviço ou de plantão de sobreaviso, que pode ser acionado urgentemente a qualquer momento, pode utilizar carro oficial em eventos sociais. É importante que fique claro que, embora seja um evento institucional, não há recursos públicos utilizados". (Foto: Ronaldo bernardi/Agencia RBS)
Delta deixa consórcio para reforma do Maracanã
Empreiteira número 1 do PAC e investigada na CPI que apura atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, a Delta Construções vai sair do Consórcio Maracanã Rio 2014, que faz a reforma do estádio. A decisão foi tomada pela Andrade Gutierrez e pela Odebrecht, que integram o consórcio. Elas devem comprar a parte da Delta, que deixou, na última semana, de fazer aportes de recursos para a obra, e até 1º de maio deve sair do grupo.
. Citada no inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, a Delta recebeu do governo do estado do Rio, no ano passado, R$ 1,4 bilhão para todas as obras no estado. A empreiteira, que detém 30% do consórcio, não comentou a decisão. A Odebrecht tem 49% e a Andrade Gutierrez, 21%.
. Citada no inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, a Delta recebeu do governo do estado do Rio, no ano passado, R$ 1,4 bilhão para todas as obras no estado. A empreiteira, que detém 30% do consórcio, não comentou a decisão. A Odebrecht tem 49% e a Andrade Gutierrez, 21%.
Ex-diretor do Dnit, Pagot acusa assessores do Planalto de complô
Afastado do cargo na esteira da “faxina” no Ministério dos Transportes, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot lançou nesta sexta-feira, 20, a suspeita de que assessores do Palácio do Planalto atuaram para derrubá-lo durante a crise na pasta, vazando informações de interesse da organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Pagot afirma que o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da Presidência e do Palácio no Planalto, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião sigilosa da presidente Dilma Rousseff com a cúpula dos Transportes, em 5 de junho de 2011, para o grupo de Cachoeira, cujos detalhes e frases, em seguida, foram reproduzidos pela revistaVeja.
. Pagot alega que, como diretor-geral do Dnit, afetou interesses da Delta Construções, o que teria motivado retaliação do grupo de Cachoeira. Ele cita, por exemplo, processo administrativo aberto contra a empreiteira no Dnit por irregularidades em obra da BR-116 no Ceará. O inquérito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que motivou a criação da CPI do Cachoeira no Congresso, indica que Noleto tem ligações com o grupo do contraventor, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País.
. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Pagot afirma que o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da Presidência e do Palácio no Planalto, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião sigilosa da presidente Dilma Rousseff com a cúpula dos Transportes, em 5 de junho de 2011, para o grupo de Cachoeira, cujos detalhes e frases, em seguida, foram reproduzidos pela revistaVeja.
. Pagot alega que, como diretor-geral do Dnit, afetou interesses da Delta Construções, o que teria motivado retaliação do grupo de Cachoeira. Ele cita, por exemplo, processo administrativo aberto contra a empreiteira no Dnit por irregularidades em obra da BR-116 no Ceará. O inquérito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que motivou a criação da CPI do Cachoeira no Congresso, indica que Noleto tem ligações com o grupo do contraventor, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País.
CPI não teve o apoio de 21% dos congressistas (seis gaúchos)
O presidente da Câmara, o gaúcho Marco Maia (PT), e o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não assinaram pedido da CPI do caso Cachoeira, criada anteontem pelo Congresso Nacional.
. No total, apenas 21% dos congressistas – 117 de 513 deputados e 9 de 81 senadores – não apoiaram a comissão. Entre os deputados estão Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), réus do mensalão, e Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro réu, o ex-ministro José Dirceu. O petista também prestou consultoria à empresa Delta – citada pela Polícia Federal como ligada ao empresário Carlinhos Cachoeira.
. Já entre os deputados gaúchos, não assinaram a CPI, além de Marco Maia (PT), os deputados José Otávio Germano (PP), José Stédile (PSB), Ronaldo Nogueira (PTB), Sérgio Moraes (PTB) e Vilson Covatti (PP).
CLIQUE na imagem acima e confira a lista dos senadores e deputados que não assinaram a CPI de Cachoeira.
. No total, apenas 21% dos congressistas – 117 de 513 deputados e 9 de 81 senadores – não apoiaram a comissão. Entre os deputados estão Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), réus do mensalão, e Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro réu, o ex-ministro José Dirceu. O petista também prestou consultoria à empresa Delta – citada pela Polícia Federal como ligada ao empresário Carlinhos Cachoeira.
. Já entre os deputados gaúchos, não assinaram a CPI, além de Marco Maia (PT), os deputados José Otávio Germano (PP), José Stédile (PSB), Ronaldo Nogueira (PTB), Sérgio Moraes (PTB) e Vilson Covatti (PP).
CLIQUE na imagem acima e confira a lista dos senadores e deputados que não assinaram a CPI de Cachoeira.
Nova presidente do TSE diz que "mensalão pode ficar para julho"
A nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, disse ontem não ver impedimento em julgar o processo do mensalão no recesso do Judiciário, em julho, ou mesmo no segundo semestre deste ano, quando o país estará em processo eleitoral. Indagada se o julgamento do mensalão em período mais próximo ao das eleições municipais pode interferir nas disputas, a ministra disse: “O eleitor é que vai fazer a leitura (…) Isso interfere? Interfere. A sociedade tem as suas ideias e as ideologias estão aí. Os eleitores vão tomar tudo isso em conta.”
. A opinião de Cármen Lúcia sobre julgar o mensalão em julho ou mesmo depois contrasta com a de outros colegas da ministra no STF. O presidente dessa corte, Ayres Britto, já manifestou preocupação sobre essa possibilidade e defende antecipar ao máximo a apreciação do caso. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação, disse que apresentará seu relatório neste primeiro semestre.
. Com 58 anos completados anteontem, Cármen Lúcia afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.paulo que prefere ser chamada de “presidente” e não de “presidenta”, como Dilma Rousseff. Mineira de Montes Claros, ela disse que o mensalão tem de ser julgado “na hora em que estiver aprontado para ser julgado (…) quanto antes melhor. Não tendo em vista, como marco, eleições. Mas nem para incluir, nem para excluir”.
. A opinião de Cármen Lúcia sobre julgar o mensalão em julho ou mesmo depois contrasta com a de outros colegas da ministra no STF. O presidente dessa corte, Ayres Britto, já manifestou preocupação sobre essa possibilidade e defende antecipar ao máximo a apreciação do caso. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação, disse que apresentará seu relatório neste primeiro semestre.
. Com 58 anos completados anteontem, Cármen Lúcia afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.paulo que prefere ser chamada de “presidente” e não de “presidenta”, como Dilma Rousseff. Mineira de Montes Claros, ela disse que o mensalão tem de ser julgado “na hora em que estiver aprontado para ser julgado (…) quanto antes melhor. Não tendo em vista, como marco, eleições. Mas nem para incluir, nem para excluir”.