ENTREVISTA
Governo Dilma: "Apoei a oposição e tenho que ser coerente"
Jerônimo Gorgen, deputado Federal do PP do RS
O senhor foi avisar ao líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza, que tem que negociar seu voco com o senhor e não com a bancada ?Nada disto. Eu e o deputado Heinze, do RS, não aceitamos o apoio tácito do PP ao governo Dilma. Nossa posição é independente. Foi isto que fui dizer ao líder.
Por que essa rebeldia ?Não é rebeldia. O deputado Pizolato, de Santa Catarina, depende de decisão do STF no caso da Ficha Limpa, não reúne ninguém e continua liderando a bancada. Não aceitamos isto.
O senhor participou da rebelião na eleição da Mesa da Câmara ?Eu, o Heinze, o Amim... foram 11 deputados do PP. Indicamos Rebeca Garcia. Fizemos 211 votos. O candidato dos demais 33 deputados do PP, Dudu da Fonte, de Pernambuco, quase perde. Ele fez 286 votos.
Então o senhor não apóia o governo Dilma ?
No RS, ficamos com a oposição a Dilma. Tenho que ser coerente. Isto não significa terra arrasada.
Blogs repercutem notícia sobre enquadramento de Nelson Sirotsky na Lei do Colarinho Branco
O dono da RBS, canal que retransmite o sinal da TV Globo no sul, foi indiciado na “Lei do Colarinho Branco – Lei 7492/86. CLIQUE AQUI para verificar os registros oficiais na Justiça Federal. O presidente do Grupo RBS, que opera 20 emissoras de televisão (afiliadas à Rede Globo), 21 emissoras de rádio e oito jornais diários em dois Estados brasileiros (RS e SC), foi denunciado, em Ação Penal movida pelo Ministério Público Federal, como incurso no artigo 21, § único, da Lei 7492/86. Trata-se da Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores
Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986″:
CARTA PRECATÓRIA Nº 5027955-60.2010.404.7100/
AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RÉU : NELSON PACHECO SIROTSKY
: CARLOS EDUARDO SCHNEIDER MELZER
DESPACHO/DECISÃO
- Compulsando os autos, verifico que a presente deprecata foi expedida em Ação Penal na qual os réus foram denunciados como incursos no artigo 21, § único, da Lei 7492/86. Considerando que a Resolução n.º 20, de 26.05.03, do Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, especializa a 1ª Vara Federal Criminal para processar e julgar, na Justiça Federal, na Seção Judiciário do Rio Grande do Sul, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, caso no qual incide a denúncia constante desta Carta, reputo a 1ª Vara Federal Criminal desta Subseção Judiciária, como competente, portanto, para processar o feito. Conseqüentemente, remetam-se os presentes autos à SRIP para que os redistribua ao Juízo acima mencionado.
Porto Alegre, 16 de novembro de 2010.
Salise Monteiro Sanchotene
Juíza Federal
Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986″:
CARTA PRECATÓRIA Nº 5027955-60.2010.404.7100/
AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RÉU : NELSON PACHECO SIROTSKY
: CARLOS EDUARDO SCHNEIDER MELZER
DESPACHO/DECISÃO
- Compulsando os autos, verifico que a presente deprecata foi expedida em Ação Penal na qual os réus foram denunciados como incursos no artigo 21, § único, da Lei 7492/86. Considerando que a Resolução n.º 20, de 26.05.03, do Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, especializa a 1ª Vara Federal Criminal para processar e julgar, na Justiça Federal, na Seção Judiciário do Rio Grande do Sul, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, caso no qual incide a denúncia constante desta Carta, reputo a 1ª Vara Federal Criminal desta Subseção Judiciária, como competente, portanto, para processar o feito. Conseqüentemente, remetam-se os presentes autos à SRIP para que os redistribua ao Juízo acima mencionado.
Porto Alegre, 16 de novembro de 2010.
Salise Monteiro Sanchotene
Juíza Federal
Simon elogia Dilma por corrigir barbeiragens feitas pela própria Dilma
Depois de protagonizar o episódio pungente das denúncias contra as altas remunerações proporcionadas pelas pensões pagas aos ex-governadores ("Sou franciscano e azarado", disse Simon aos jornalistas), o senador Pedro Simon prosseguiu sua saga de declarações surpreendentes, desta vez no Senado, sexta-feira.
1) Ao falar sobre o governo Dilma Roussef, ele concedeu-lhe nota 10 por corrigir barbeiragens que a própria Dilma Roussef cometeu durante o período em que foi a czarina de Lula, no comando da Casa Civil, na sua condição de primeira-ministra do governo Lula, porque todo mundo sabe que Lula não tem capacidade para governar nada e só faz relações públicas (Olívio foi outro caso igual ao de Lula, tendo Tarso e depois Rosseto por primeiros-ministros).
2) Ao apartear a nova senadora Ana Amélia Lemos, Simon atrapalhou-se todo e explicou por que razão resolveu votar no candidato do Partido que mais odeia e maltrata o PMDB do RS, o PT: "Se eu tivesse 3 votos, votaria em você, Ana Amélia". Resta saber o que fez Ana Amélia com seu terceiro voto na eleição em que Simon se elegeu.
. O senador Simon cumpre seu último e teimoso mandato em Brasília.
1) Ao falar sobre o governo Dilma Roussef, ele concedeu-lhe nota 10 por corrigir barbeiragens que a própria Dilma Roussef cometeu durante o período em que foi a czarina de Lula, no comando da Casa Civil, na sua condição de primeira-ministra do governo Lula, porque todo mundo sabe que Lula não tem capacidade para governar nada e só faz relações públicas (Olívio foi outro caso igual ao de Lula, tendo Tarso e depois Rosseto por primeiros-ministros).
2) Ao apartear a nova senadora Ana Amélia Lemos, Simon atrapalhou-se todo e explicou por que razão resolveu votar no candidato do Partido que mais odeia e maltrata o PMDB do RS, o PT: "Se eu tivesse 3 votos, votaria em você, Ana Amélia". Resta saber o que fez Ana Amélia com seu terceiro voto na eleição em que Simon se elegeu.
. O senador Simon cumpre seu último e teimoso mandato em Brasília.
Artigo - Saiba por que o gaúcho gosta tanto dos condomínios de praia que ficam distantes da praia
Muita gente não consegue entender o tremendo sucesso imobiliário dos condomínios horizontais instalados ao longo das praias do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Eles multplicam-se como filhotes de gato. O que ninguém entende é como é que tanta gente vai para condomínios totalmente murados e localizados muito, mas muito distantes das praias. É sobre isto que trata este artigo a seguir de David Coimbra, jornalista e escritor dos quadros de Zero Hora. O material está no jornal deste sábado. Vale a pena ler. Coimbra explica de maneira convicente o que justifica a opção dos gaúchos. Ela não tem nada de esquizofrênica, porque é apenas a aspiração de famílias civilizadas que gostariam de viver num País civilizado, mas sao obrigadas a permanecer num atrasado País como o Brasil.
12 de fevereiro de 2011
SONHOS DE VERÃO
A vida que todos deviam levarDavid Coimbra volta ao Litoral para contar suas experiências durante 30 dias em um condomínio fechado, uma escolha de veraneio cada vez mais frequente entre os gaúchos. A seção Sonhos de Verão será publicada às sextas, aos sábados e aos domingos.Tivemos um único dia de folga na Copa do Mundo de 2006. Um sábado. Os jogadores do Brasil saíram da concentração sob dispensa e não havia jogo para cobrir. Podíamos, enfim, fazer um pouco de turismo. Estávamos sediados em uma cidade de nome apetitoso: Bergish Gladbach (pronuncia-se Bergish Gladbach). Na verdade, nosso hotel ficava numa espécie de distrito de Bergish Gladbach, chamado Binsberg (pronuncia-se Binsberg).Nosso hotel era um castelo que no passado serviu como mosteiro. Havia histórias sobre as monjas que viveram ali. Histórias sinistras. O Roberto Alves, colega de Santa Catarina, jura que viu o espectro de uma delas vagando pelos corredores escuros do palácio, na última curva de certa madrugada. Eu mesmo, em determinada noite, saí do quarto para abastecer-me de água e deparei com um vulto alto, esquálido, espigado, murmurando maldições horrendas num canto escuro que julguei ser o antigo claustro de alguma freira que já passou para outro plano da existência. Arrepiei-me de horror, ia despencar na tal desabalada carreira, mas aí reconheci o vulto: era o Maurício Saraiva reclamando que a internet não funcionava.Mas enfim. O nosso dia de folga. Reunimo-nos em frente ao castelo para decidir o que fazer. Todos quiseram ir a Colônia, a metrópole próxima. Havia lá grandes atrações, como a igreja mais alta do mundo, 157 metros de piedade, e, em contraposição, o bordel mais alto do mundo, 11 andares de pecado. Tenho certeza de que todos foram à igreja e não ao bordel. Já eu preferi não ir em nenhum dos dois. Fiquei. Queria conhecer Binsberg.
– Conhecer Binsberg??? – desdenharam meus amigos.
– Iá! – rebati, em bom alemão. – Quero ficar por aqui.
E assim foi. Eles saíram em alegre bando e eu me quedei sozinho em Binsberg.Passei um dos melhores sábados da minha vida.A manhã estava ensolarada e fresca. Saí caminhando, observando as casinhas bucólicas, as ruas limpas e as casas bem cuidadas. Em uma das praças os alemães plantaram um monumento em homenagem a um velho prefeito de sobrenome Wagener. Wagener??? Meu sobrenome do meio é Wagener! Abordei os simpáticos nativos transeuntes, indaguei daqui e dali, e descobri que meu sobrenome é comum naquela região. Logo, sou descendente do velho e bom prefeito Wagener! Que alegria.Não muito longe da praça, descobri um restaurante pequeno dotado de uma varanda florida. Arrisquei-me e entrei. Quando o garçom apareceu, examinei seu rosto. Parecia um homem de autoridade. Olhei para ele e informei:
– Vou no menu confiança!
Não me arrependi. Foi, disparado, a melhor refeição daquele viagem. Saí do restaurante suspirando de prazer.
Logo ali adiante, vi que havia uma movimentação. Fui para lá como quem segue a luz. Siga a luz! Era um passeio, um calçadão onde eles haviam disposto quiosques que vendiam comida e chope. Ao lado, estava instalada uma pequena feira onde se podia encontrar frutas, legumes, peixes e doces. Os alemães andavam pelo lugar com cestas de vime penduradas no braço. Escolhiam uma compota de pêssegos em calda, provavam um naco de salamito, encontravam-se, cumprimentavam-se e riam. Alguns estavam sentados em mesinhas na calçada. Bebiam canecas de chope cremoso do tamanho de leiteiras, trinchavam salsichas bock temperadas com mostarda marrom e riam. Outros examinavam pilhas de CDs vendidos num balaio no meio da rua, sobraçavam livros que tinham comprado em uma barraquinha ao lado, comentavam sobre as notícias do dia e riam.Riam, riam, riam também as crianças que brincavam no entorno, livres, arteiras como devem ser as crianças saudáveis, riam as mães despreocupadas com a arte de seus filhos, riam os velhos e os adultos. Todos riam.Pensei que aquela vida que levam os alemães de Binsberg, uma vida colorida porém pacata, divertida porém segura, aquela vida é a vida que todos deviam levar.Agora, na minha segunda temporada praiana em 2011, compreendi por que há tantos condomínios fechados no litoral, contei 30 entre Capão e Xangri-lá. Porque as pessoas querem viver como se vive hoje em Binsberg, como se vivia ontem no Brasil. Querem, pelo menos nos dias quentes do verão, viver a vida que todos deviam levar.
DAVID COIMBRA
12 de fevereiro de 2011
SONHOS DE VERÃO
A vida que todos deviam levarDavid Coimbra volta ao Litoral para contar suas experiências durante 30 dias em um condomínio fechado, uma escolha de veraneio cada vez mais frequente entre os gaúchos. A seção Sonhos de Verão será publicada às sextas, aos sábados e aos domingos.Tivemos um único dia de folga na Copa do Mundo de 2006. Um sábado. Os jogadores do Brasil saíram da concentração sob dispensa e não havia jogo para cobrir. Podíamos, enfim, fazer um pouco de turismo. Estávamos sediados em uma cidade de nome apetitoso: Bergish Gladbach (pronuncia-se Bergish Gladbach). Na verdade, nosso hotel ficava numa espécie de distrito de Bergish Gladbach, chamado Binsberg (pronuncia-se Binsberg).Nosso hotel era um castelo que no passado serviu como mosteiro. Havia histórias sobre as monjas que viveram ali. Histórias sinistras. O Roberto Alves, colega de Santa Catarina, jura que viu o espectro de uma delas vagando pelos corredores escuros do palácio, na última curva de certa madrugada. Eu mesmo, em determinada noite, saí do quarto para abastecer-me de água e deparei com um vulto alto, esquálido, espigado, murmurando maldições horrendas num canto escuro que julguei ser o antigo claustro de alguma freira que já passou para outro plano da existência. Arrepiei-me de horror, ia despencar na tal desabalada carreira, mas aí reconheci o vulto: era o Maurício Saraiva reclamando que a internet não funcionava.Mas enfim. O nosso dia de folga. Reunimo-nos em frente ao castelo para decidir o que fazer. Todos quiseram ir a Colônia, a metrópole próxima. Havia lá grandes atrações, como a igreja mais alta do mundo, 157 metros de piedade, e, em contraposição, o bordel mais alto do mundo, 11 andares de pecado. Tenho certeza de que todos foram à igreja e não ao bordel. Já eu preferi não ir em nenhum dos dois. Fiquei. Queria conhecer Binsberg.
– Conhecer Binsberg??? – desdenharam meus amigos.
– Iá! – rebati, em bom alemão. – Quero ficar por aqui.
E assim foi. Eles saíram em alegre bando e eu me quedei sozinho em Binsberg.Passei um dos melhores sábados da minha vida.A manhã estava ensolarada e fresca. Saí caminhando, observando as casinhas bucólicas, as ruas limpas e as casas bem cuidadas. Em uma das praças os alemães plantaram um monumento em homenagem a um velho prefeito de sobrenome Wagener. Wagener??? Meu sobrenome do meio é Wagener! Abordei os simpáticos nativos transeuntes, indaguei daqui e dali, e descobri que meu sobrenome é comum naquela região. Logo, sou descendente do velho e bom prefeito Wagener! Que alegria.Não muito longe da praça, descobri um restaurante pequeno dotado de uma varanda florida. Arrisquei-me e entrei. Quando o garçom apareceu, examinei seu rosto. Parecia um homem de autoridade. Olhei para ele e informei:
– Vou no menu confiança!
Não me arrependi. Foi, disparado, a melhor refeição daquele viagem. Saí do restaurante suspirando de prazer.
Logo ali adiante, vi que havia uma movimentação. Fui para lá como quem segue a luz. Siga a luz! Era um passeio, um calçadão onde eles haviam disposto quiosques que vendiam comida e chope. Ao lado, estava instalada uma pequena feira onde se podia encontrar frutas, legumes, peixes e doces. Os alemães andavam pelo lugar com cestas de vime penduradas no braço. Escolhiam uma compota de pêssegos em calda, provavam um naco de salamito, encontravam-se, cumprimentavam-se e riam. Alguns estavam sentados em mesinhas na calçada. Bebiam canecas de chope cremoso do tamanho de leiteiras, trinchavam salsichas bock temperadas com mostarda marrom e riam. Outros examinavam pilhas de CDs vendidos num balaio no meio da rua, sobraçavam livros que tinham comprado em uma barraquinha ao lado, comentavam sobre as notícias do dia e riam.Riam, riam, riam também as crianças que brincavam no entorno, livres, arteiras como devem ser as crianças saudáveis, riam as mães despreocupadas com a arte de seus filhos, riam os velhos e os adultos. Todos riam.Pensei que aquela vida que levam os alemães de Binsberg, uma vida colorida porém pacata, divertida porém segura, aquela vida é a vida que todos deviam levar.Agora, na minha segunda temporada praiana em 2011, compreendi por que há tantos condomínios fechados no litoral, contei 30 entre Capão e Xangri-lá. Porque as pessoas querem viver como se vive hoje em Binsberg, como se vivia ontem no Brasil. Querem, pelo menos nos dias quentes do verão, viver a vida que todos deviam levar.
DAVID COIMBRA